Severino Felisberto Filho “Severo”
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A MÍDIA REACIONÁRIA BRASILEIRA E A EVOLUÇÃO DO CAPITÃO-DO-MATO
Na atual configuração sociológica brasileira, uma nova categoria social
surge das entranhas do feudalismo para alimentar os mais modernos sistemas de informações
da sociedade brasileira, a mídia burguesa (mesmo correndo o risco de ser
chamado anacrônico já que alguns estudiosos dizem que o termo burguesia não se
aplica mais as sociedades complexas).
A essa nova “espécie” chamo de “capitães do mato” contemporâneos, que
diferente dos tradicionais “capitães do mato” da antiga (¿) sociedade
escravagista do séc. XIX e meados do séc. XX, os atuais “agentes sociais” foram
“promovidos” na escala da “teoria da evolução a espécie” e começaram a ganhar
mais importância e fama do que seus patrões a quem chamo de feudalistas
contemporâneos ou “barões da mídia”. Diferente do desprezível capitão do mato
de antes que foram odiados e renegados pelos escravos, e claro humilhados e
caçoado pelos donos de escravos e por toda a elite branca da época, o capitão
do mato contemporâneo tem valor de mercado alto, são bem pagos, estão sempre em
evidência são formadores de opiniões (segundo os idiotas), atuam em diversas
áreas como educação (professores universitários, pesquisadores, historiadores,
sociólogos e filósofos) negócios (empresários, comerciantes e vendedores)
religiosos (padres, pastores, bispos, missionários) na política (
vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores e presidente) e
principalmente na comunicação (jornalistas, repórteres, colunistas de jornais e
revistas de grandes “trustes”, editores e diretores de jornalismo) que é o
foco, aliás o tema principal que tentaremos da sequência essa abordagem.
De maneira simples sem simplismo, os grupos supracitados,
especificamente esse último têm como missão retardar, com todas as armas
possíveis, qualquer tentativa democrática de instauração de um governo popular
que tenha em seus programas de governo, objetivos claros de redução da
desigualdade social, escolar e principalmente desigualdade de renda.
Essa “mídia branca” (aquela que ficou encantada não com os protestos em
si, mas com as faixas pedindo golpe de estado nas manifestações contra “a
corrupção”, no dia 15/03/15) que também detém o poder econômico é uma classe
que vive do ódio, da humilhação dos seus funcionários tipos: (auxiliares de
limpeza, porteiros, vigilantes, babás, motoristas particulares, taxistas,
caixas de supermercados, de bancos, venderes e se conseguirem também os
professores dentre outros. Essa classe dominante é o famoso “ Analfabeto
Político” citado por Brecht.
Vale lembrar também que essa classe burguesa, ojeriza
qualquer dialética construtiva que tenha finalidade de questionar o modelo de
dominação vigente. A “decoreba” imperante, de aparente validade dialética e
disseminada entre os intelectuais da “direita” como veremos a seguir: “ a
ideia de justiça repousa sobre a inveja. Consciente de sua baixeza, o
“proletariado moral” deseja reduzir a seu nível aqueles que lhe são superiores.
A impugnação do direito de propriedade, particularmente, funda-se na inveja das
classes operárias com relação as classes que não obtiveram sua riqueza pelo
próprio trabalho”. Scheler¹. (OBS:
qualquer semelhança com a visão dos “coxinhas” de que só eles são
trabalhadores, só eles pagam impostos e o resto do povo são vagabundos e
preguiçosos conforme disseram nas manifestação do dia 15/03/15 é mera
coincidência).
Outro “cão de guarda da burguesia” na sua missão de difamação do
proletariado; segue destilando seu peçonhento veneno “O sentimento de
frustração provoca no trabalhador certo desalento e neurose que são sublimados
na atitude revolucionária. Em suma, toda desgraça do proletário provém de que
ele se crê proletário.” Adler² .
Na sequência, podemos observar que quando se trata de trazer a luz da
verdade os direitos “do cidadão universal ou cidadão do mundo” sob a ótica
kantiana, a direita trata de desqualificar desvelar toda animosidade latente
contra a classe trabalhadora. “Economicamente, a classe operária não existe. O
proletariado, efetivamente é um estado de espírito mais que consequências de
condições exteriores... é um elemento ou um grupo social que, estando no
interior de uma dada sociedade, verdadeiramente não faz parte dela... o que
realmente distingui o proletariado não é a pobreza nem o nascimento humilde,
mas a consciência e o ressentimento de um ser deserdado”. Toynbee³ ( apud. BEAUVOIR, 1972, p.16-17).
A outra “doxa contagiante” (reproduzida até entre os trabalhadores)
afirma categoricamente “ que o oprimido vira opressor” assim que tomar o poder,
o que é verdadeiro em um sentido bem restrito e atípico que até agora o único
fato constatado na história que valida esse argumento é justamente um
acontecimento “à moda burguesa” que foi a Revolução Francesa ou seja, além de
ser um argumento contraditório, já que nunca na história da humanidade ( Lula* foi obrigado a “afogar” os banqueiros de lucros recordistas) um
trabalhador assumiu o poder e se sustentou sem o apoio da elite econômica
midiática. Portanto, o burguês é mestre em “dá tiro” no próprio pé!
No discorrer dessas linhas, o leitor vai perceber que o ponto de partida
dos feudalistas contemporâneos e seus incansáveis “capitães do mato” se
confundem porque partem da mesma ideologia: a busca incansável pelo “status
quo”, basta lembrar da sonegação do HSBC, conhecida como “Operação
Swissleaks”).
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Max Scheler¹ (22 de agosto de 1874, Munique - 19 de maio de 1928, Frankfurt am Main) foi um filósofo alemão conhecido por seu trabalho sobre fenomenologia, ética e antropologia filosófica.Scheler desenvolveu o método do criador da fenomenologia, Edmund Husserl, e era chamado por José Ortega y Gasset de "o primeiro homem do paraíso filosófico".
Afred Adler², (07 de Fevereiro, de 1870, Viena - 28
de Maio de 1937, Aberdeen) Foi um psicólogo austríaco fundador da psicologia do
desenvolvimento individual.
Arnold Joseph Toynbee³, (14 de Abril de 1889, Londres -
22 de Outubro de 1975, Londres) foi um historiador britânico cuja obra-prima é
Um Estudo de História ( A Study of History), em que examina de doze volumes, o
processo de nascimento, crescimento e queda das civilizações sob uma
perspectiva global.
Lula* Presidente do Brasil de 2002 a 2010, foi eleito pelo Instituto de
Pesquisas Datafolha e Revista Fórum, o melhor presidente do Brasil de todos os
tempos. Durante seu mandato, criou o programa de complemento de renda chamado
de Bolsa-família que tirou mais de 20 milhões de pessoas da extrema pobreza e
ainda incluiu mais de 35 milhões subiram para classe média, segundo a Revista
Exame. Ainda criou o PROUNI, FIES e ENEM. Para fortalecer nossa frágil
democracia, devolveu ao sistema oficial de ensino as disciplinas de Sociologia
e Filosofia censuradas na ditadura militar.
Segundo BEAUVOIR, Simone (1972, p.9), “ a burguesia transformou-se em
classe dominante, e ao invés de lutar contra os privilégios alheios, defende
hoje seus próprio privilégios contra o resto da humanidade”. Sempre abusando
das premissas falaciosas, “ o capitão do mato” contemporânea abusa fácil do
poder que lhe é concedido e perde a credibilidade( graças a internet) de suas
“verdade absolutas”, vinte e quatro horas depois da divulgação. É fácil
vê como eles se tornaram destruidores de reputações e bibliografias, e como
eles invadiram as instituições públicas fazendo a vez do executivo, do
legislativo e até do judiciário. Qualquer ser humano atento e lúcido sabe que a
impressa e a liberdade de expressão devem ser clausula pétrea em qualquer
Constituição seria e democrática. Qual individuo ético não sonha com uma
democracia real¿ Não serve para mim nem para minha família e amigos
comprometidos com a coletividade, essa democracia inventada de um pequeno grupo
de usurpadores que resolveram rapinar o Brasil e atribuir seus crimes aos
partidos que eles não o apoia. Esses são os mesmos que em nome da falsa moral
usaram os espaços na mídia para disseminar a raiva, ódio e até
assassinato contra os pobres, os negros, nordestinos, homossexuais,
transexuais, prostitutas e travestis. Nem as mulheres escaparam dos
bombardeios. Se no passado recente os donos da mídia ou “feudalistas
contemporâneos” se juntaram com a sociedade civil patrocinadores do Golpe
Militar de 1964, os “capitães do mato” contemporâneos fizeram parceria com a
mentira e em nenhum momento tiveram o respeito pelas leis do país expressa em
linguagem natural na nossa Lei Maior, a Constituição de Federal de 1988.
O desejo da mídia antidemocrática reacionária é montar um exercito bem
treinado de capitães do mato. Eles perceberam que a Lei Maior é antidemocrática
( sob a ótica da democracia convencionalista que resolveram defender) e que é
de interesse da nação e dos “bons costumes” resgatar a “dignidade nacional” que
está a mão do comunismo "ptista" que só eles enxergam. Essa mídia
doentia é capaz de fazer campanhas sujas para difamar os “conselhos populares”
alegando que o Brasil poderia virar Cuba, Venezuela ou uma república
bolivariana (da Bolívia) e convencer o “putrificado” e petrificado poder
legislativo a votar contra. Essa mesma mídia tradicional e os jornalistas
“capitães do mato” são capazes de apoiar um golpe contra nossa Constituição
Federal quando resolveram apoiar o PL( 4330) da terceirização, que esfola e
empala o trabalhador brasileiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAVOIR,
Simone. O Pensamento de Direita, Hoje. 2.ed. Vol 4. Rio de Janeiro,
Paz e Terra. 1972.
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